quarta-feira, 19 de setembro de 2007

«Cientistas alertam para perigos das radiações electromagnéticas»

No Cidade VIVA: "A radiação emitida pelos cabos de alta tensão "é responsável por centenas de novos casos de leucemia infantil anualmente em todo o Mundo". A afirmação é de um grupo internacional de cientistas, que levanta sérias preocupações sobre a segurança dos limites de exposição a campos electromagnéticos (CEM) provenientes de cabos de alta tensão, telemóveis e outras fontes.
Num relatório publicado no final de Agosto, os investigadores e profissionais de saúde pública do projecto BioInitiative (www.bioinitiative.org), apresentam um conjunto de provas científicas que vieram aumentar as preocupações sobre o impacto das radiações electromagnéticas na saúde, incluindo casos de leucemia infantil, tumores cerebrais, neuroma acústico e Alzheimer.
Os cientistas afirmam que há provas de que os CEM são um factor de risco para o cancro, tanto em crianças como em adultos. "A radiação electromagnética proveniente de cabos de alta tensão, cabos eléctricos domésticos e equipamentos eléctricos está associada a um aumento do risco de leucemia infantil e pode criar as condições para o surgimento de cancro na idade adulta".
Segundo o documento, existem evidências científicas de que a exposição a CEM dezenas ou centenas de vezes inferiores aos limites internacionais continua a causar impactos na saúde. Os investigadores analisaram mais de 2000 estudos científicos e concluíram que os limites de segurança existentes são inadequados para proteger a saúde pública.
Outro alerta vai para as tecnologias sem fios. O wireless ou Wi-Fi, por exemplo, que depende da radiação de radiofrequência para enviar mensagens de email e comunicação de voz, "é milhares de vezes mais forte do que os níveis identificados como causadores de sintomas como insónia, dores de cabeça, falta de memória e concentração e outros sintomas físicos adversos".
"Este estudo é um alerta para os graves efeitos que a exposição a longo prazo a alguns tipos de CEM pode provocar na saúde", defende David Carpenter, perito em saúde pública e co-autor do estudo. "Agora é necessário uma boa estratégia das autoridades de saúde para prevenir o cancro e outras doenças neurológicas relacionadas com a exposição a cabos de alta tensão e outras fontes de CEM", afirma o director do Instituto de Saúde e Ambiente da Universidade de Albany, nos Estados Unidos. “É preciso explicar aos decisores e ao público que é inaceitável continuarmos da mesma forma", defende.
O relatório conclui que "os dados actuais, embora limitados, são suficientemente fortes para questionar a fundamentação científica dos limites de segurança em vigor". A própria Agência Europeia de Ambiente, parceira no estudo, defende a adopção do princípio da precaução. Em declarações ao The Independent, o director executivo da Agência afirma que "seria prudente que as autoridades de saúde recomendassem medidas para reduzir a exposição, sobretudo dos grupos mais vulneráveis, como as crianças".

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