quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

«Campos electromagnéticos abaixo dos valores de referência não revelam perigo para a saúde pública»

Comunicado da REN : "Os eventuais efeitos de exposição a longo prazo aos CEM, abaixo dos valores de referência não representam perigo para a saúde. Esta foi a garantia dada por Emile Van Deventer, coordenadora do Programa Internacional sobre Campos Electromagnéticos (CEM) da Organização Mundial de Saúde (OMS), durante o debate promovido pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, no dia 23 de Janeiro.
Este debate técnico sobre a relação entre os campos electromagnéticos e os sistemas biológicos, bem como dos riscos que representam para a saúde, conhecido como Simpósio bioCEM, contou com a participação da OMS, da Direcção-Geral de Saúde, da EDP - Energias de Portugal, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e da Rede Eléctrica Nacional (REN).
Os valores-referência recomendados pela Comissão Internacional para a Protecção contra as Radiações não-ionizantes (ICNIRP) são de 5 kV para valor máximo de campo eléctrico e 100 µT para valor máximo de campo magnético. O valor máximo apontado pela legislação portuguesa é, também, de 100 µT.
De acordo com a OMS, a taxa de incidência anual de novos casos de leucemia em crianças, com menos de 15 anos, é de cerca de três em cada 100.000 jovens e só 0,1 por cento da população vive na proximidade de infra-estruturas eléctricas.
A percepção negativa que permanece na opinião pública em relação aos CEM tem a ver com a distância de segurança em relação às linhas. Mas, por exemplo, uma máquina de lavar a roupa, quando ligada, emite 8.2 µT a uma distância de 30 centímetros, enquanto que uma linha de 220 kV à distância de 30 metros verticais do solo emite 2 µT:



Durante o Simpósio bioCEM ficou clara a necessidade de se proporcionar uma melhor informação às populações sobre o tema dos CEM. Na sequência desta preocupação, Carolino Monteiro, docente e investigador da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e coordenador científico do Simpósio, apresentou uma proposta de programa de investigação, pioneiro e a longo prazo, que contém linhas de estudos epidemiológico e laboratorial.
Esta proposta resulta de um protocolo entre a REN e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e prevê a realização de uma investigação que a longo prazo vai contribuir para aumentar o conhecimento credível sobre os efeitos dos CEM e para um melhor esclarecimento das populações.
Foi concebida uma brochura com as conclusões do Simpósio bioCEM que será disponibilizada ao poder local e aos cidadãos em geral.
Esta informação está também disponível em www.simposiobiocem.com.

Declarações:
Jorge Liça, da REN – "Até hoje, não há nenhum caso que demonstre que alguém ficou doente pela exposição aos CEM das linhas eléctricas".
Paolo Vecchia, do ICNIRP, alertou para o facto de a redução dos valores-limite para valores arbitrários, em nome da precaução, "podem conduzir a soluções de eficácia duvidosa, para além de lançar um ambiente de desconfiança e insegurança."

3 comentários:

Anónimo disse...

Relativamente às conclusões do Simpósio sobre os Campos Electro-magnéticos e ao quadro de comparação apresentado, com medições feitas em microondas, despertadores, televisões, telemóveis, etc. etc., reitero o que sempre disse: Todos aqueles equipamentos são opcionais, só os tenho se quiser. Enquanto que as Linhas de Muito Alta Tensão são-me impostos. Nem me dão qualquer oportunidade para não autorizar a sua colocação junto ao prédio onde habito. A REN continua a pensar que somos todos uns "tótós"!! Fátima Campos

Anónimo disse...

Esse Engº Jorge Liça é mesmo um grande aldrabão.
Essa gente pensa que as pessoas ainda são umas ignorantes como no tempo do 25 de abril de 74.
A suécia , alemanhã, Holanda etc. reduziram os valores 500 vezes, só por desporto?, provavelmente as empresas electricas daqueles paises gostam de gastar dinheiro.
Esses senhores tenham vergonha na cara.
Pensam que lá por serem empregados de uma grande empresas, são uns senhores, mas eles que tenham cuidado porque ainda vamos para a frente do Ministerio d aEconomia pedir a demissão dos responsaveis da REN pela construção destas linhas, e depois vamos ver onde é que a corda vai partir.

Anónimo disse...

As medições dos campos electromagneticos das linhas de alta tensão são feitos a metro ou metro e oitenta do solo. Será que os valores seriam assim tão "inofensivos" se fossem feitos nos ultimos andares dos prédios que estão mesmo por baixo?