No Correio da Manhã: "O dia-a-dia de quem vive junto a linhas de alta tensão é dominado pelo medo de a electricidade estar a roubar anos de vida, apesar das sucessivas garantias da REN. A luta entre casas e postes já chegou aos tribunais mas foi demasiado tarde para as vítimas de cancro e famílias de quem não resistiu à doença Medo. Maria Gertrudes Dona observa todas as manhãs uma das torres que suportam a linha de muito alta tensão entre Fanhões (Loures) e Trajouce (Cascais) quando chega à cozinha para tomar o pequeno-almoço. A mulher de 74 anos acredita que uma outra linha colocada do lado contrário da casa foi responsável por o seu marido, Francisco Dona, ter morrido de cancro aos 58 anos. A mesma doença levou ainda a sua mãe, Ana Trindade, aos 89 anos. "Não consigo encarar isto. Chego aqui de manhã e vejo logo a torre. À noite vou para a cama, isto tem umas luzes vermelhas, vejo sempre essa cor dentro da minha casa", conta. Gertrudes vive na Rua do Luso, Encosta de São Marcos, concelho de Sintra, numa fileira de casas em que muitos sabem o que é viver com um tumor maligno. José Martins, membro da comissão de moradores, fez um levantamento dos casos oncológicos na vizinhança. "Desde há 14 anos, com a entrada em funcionamento das duas primeiras linhas, morreram 14 pessoas, seis das quais em 2006, numa povoação onde vivem 140 adultos e 19 crianças", refere. O receio dos habitantes de São Marcos é partilhado por outras localidades de Norte a Sul. Em Serzedelo, no concelho de Guimarães, há 80 casos de cancro em 4700 pessoas." [notícia integral]
sábado, 27 de outubro de 2007
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